21/11/16 - MS tem cerca de 30 produtores orgânicos

Livres de agrotóxicos, hormônios ou qualquer tipo de insumo, alimentos orgânicos são cada vez mais procurados pelo consumidor preocupado com a saúde e o meio ambiente. O conceito é simples, mas o processo de produção e certificação depende de uma série de fatores e, após a comprovação de que a produção é ecologicamente correta,  o produtor é certificado.

Em Mato Grosso do Sul, atualmente há cerca de 30 produtores de orgânicos registrados e com certificação. São produtores de frutas, verduras, legumes, lácteos, doces e mel dentro das normas, que no caso de hortifruti, incluem avaliação sobre se a muda ou semente que deu início à produção tem origem orgânica, se não há qualquer indício de trabalho análogo a escravo na propriedade e se não existe vestígio de uso de agrotóxicos ou insumos artificiais na produção e em toda a extensão da área produtiva. No caso de derivados de animais, como leite, por exemplo, a vaca precisa ser alimentada com produtos naturais e sem qualquer uso de medicamentos alopáticos.

“A certificação é feita por dois funcionários da empresa contratada, que analisam cada detalhe do material, espaço e produção. Além disso, o selo orgânico tem validade de um ano e, neste período, fiscais farão visitas surpresa para conferir se houve continuidade do trabalho correto”, comenta assessora de agronegócios do Sebrae/MS.

O valor de uma certificação fica em torno de R$ 1.200, mas pode variar de acordo com a região e a quantidade de produtores interessados no selo. “Quanto mais produtores de uma mesma área trabalharem com orgânicos e solicitar o registro, menor fica o valor”, destaca Bruna.

No caso de produtores familiares atendidos por consultorias, como a do Sebrae, o investimento pode ter parte subsidiada.

Setor em expansão

Fátima Braz que, junto ao marido, é proprietária de um apiário em Terenos – município distante 25 Km de Campo Grande, inicio há 10 anos a produção familiar. Atenta à importância do cultivo correto, sem agredir ao meio ambiente e na crescente demanda do mercado por orgânicos, há cinco anos a família buscou capacitação para mudar sua produção de acordo com os padrões do cultivo orgânico.

Entre os produtos de maior sucesso estão o mel comum e o com pimenta, invenção do marido de Fátima, Nicanor Ramos. “Iniciamos nosso trabalho com mel porque o investimento inicial não era alto e a aceitação no mercado é grande. A mudança para o orgânico mais uma vez seguiu à crescente demanda por produtos naturais, é um novo mercado que se abriu”, avalia Fátima.

Com produção média de 1 tonelada de mel por safra, o apiário familiar abastece dois restaurantes da Capital, sendo um dedicado à alimentação saudável e outro de grande porte. “Não podemos reclamar, a produção é boa e o investimento valeu a pena. Os consumidores procuram cada vez mais produtos naturais, que façam bem à saúde e não degradem a natureza”, avalia Nicanor.

As vendas também já atendem os estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Em menor escala, apenas via internet, não comprometendo desse modo o abastecimento do mercado regional.

O custo de um produto orgânico é um pouco maior do valor da produção em outros métodos, como a agricultura familiar, por exemplo. Mas, o conceito de que orgânico é caro está se dissolvendo entre os consumidores.

“Aos poucos, as pessoas perdem essa imagem que consumir orgânico é mais caro. A demanda é tão grande que a feira realizada semanalmente na Praça do Rádio Clube tem os itens de horta vendidos em poucas horas.

Mato Grosso do Sul tem a certificadora participativa, Apoms (Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul) que, com reconhecimento do MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária), pode certificar, há cerca de dois anos,  as empresas produtoras de orgânicos.

Voltada principalmente para a agricultura, o presidente da associação, Raimundo Hossi, destaca que neste modelo de certificação participativa “cada produtor fica responsável por monitorar sua propriedade e a do vizinho, garantindo a manutenção das regras de produção orgânica”.




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